sexta-feira, 23 de julho de 2010

Eleições chegando, de que lado a Globo ficará?


Não é novidade que a família Marinho já usou e abusou a emissora de TV para seu jogo de interesses, a história denuncia: acordos suspeitos, dinheiro ilegal do exterior, perseguições políticas e até tentativa de fraude em eleições. Nem o atual governo federal escapou das garras da Globo, quem não se lembra? As vésperas das eleições presidenciais de 2006, homens do PT foram pegos com muito dinheiro, segundo eles, o capital seria usado pra um suposto dossiê, o delegado responsável do caso cedeu imagens que estavam sob sigilo de justiça a Rede Globo. O interesse era claro, a Globo queria impedir a re-eleição do presidente Lula, um golpe contra a democracia.
Na época, o delegado foi afastado do caso e alegou que soltou as imagens na imprensa para proteção.
Mas as rasteiras da Globo em Lula não são novas, em 89 o metalúrgico do ABC foi claramente prejudicado por uma edição tendenciosa do debate eleitoral com o empresário de Alagoas, Fernando Collor de Melo.  Democracia nunca foi o forte da Globo, o poder da família Marinho teve origem com a ditadura militar, a organização que já tinha jornal e radio apoiou os ditadores em troca de sinal verde para a ilegalidade. A história não apaga, a Globo nasceu de uma ação ilícita de um governo ditatorial.
“Quem se propõe a um esforço para fraudar uma eleição, naturalmente é capaz de tudo”, foi o que disse Paulo Ramos sobre o escândalo pró-consulte.
Mas obviamente é inegável que a Globo ajudou a construir parte de nossa cultura, parte de nosso povo. É simplesmente a quarta maior emissora do mundo em credibilidade e estrutura. É o veículo de televisão mais respeitado do planeta quando o assunto é dramaturgia. Vale algo em torno de 15 bilhões. Tem os profissionais mais respeitados de todo o país, em todas as áreas da comunicação. Alem de possuir uma área invejável de 3,99 milhões de metros quadrados para produção de novelas.
Em 2008 Globo e Record travaram uma briga feia por audiência e respeito. “A Fazenda” balançou os bastidores da disputa, a Globo exibiu uma matéria contra Edir Macedo, uma reportagem de 10 minutos abrindo o Jornal Nacional, tempo raríssimo em telejornais. Logo no dia dos ataques a Record ficou mais de 7 horas na liderança absoluta. Ainda assim exibiu uma reportagem atacando a Rede Globo no dia posterior. Mas o que se vê hoje é um cenário bastante dessemelhante, as emissoras se resguardam mais, uma aguardando erros da outra, sem exposição de uma possível rivalidade por números.
Mas afinal, quem é a Globo? Uma emissora que deteve o monopólio da informação durante décadas, talvez não por uma totalidade de ações ilícitas e sim por seu padrão de jornalismo muito sério e reconhecido em todo o exterior, padrão esse que só se ver na Globo, jornalismo encarado com seriedade.
Mas aí a Globo chega e se mostra isenta de opinião sobre essas eleições presidências, essa é a dúvida mortal. Cada ação da Globo, cada pergunta no debate, cada notícia sobre cada um dos presidenciáveis tem que serem vista com olhos mais apurados.
Se o passado já foi apagado pelo presente, só o futuro dirá.

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